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Resenha; Pequeno Príncipe

  • escola210
  • 17 de set. de 2015
  • 3 min de leitura

A história explora o comum de uma sociedade mantida no ciclo trabalho-casa. Uma jovem menina filha de mãe solteira se muda para uma casa próxima do colégio em que sua mãe quer que ela estude. Para mãe, aquele era um momento perfeito: a filha passaria todas as férias estudando e se aperfeiçoando, então seria admitida pela escola. Ela cresceria com um bom ensino, se formaria numa boa universidade e começaria a trabalhar. Ganharia dinheiro. Tudo isso parecia já estar planejado do inicio ao fim, desde os pequenos minutos, pela mãe de uma garota que não passa dos 12 anos. Eis o mundo dos adultos transformando crianças em marionetes. Mas ela e a filha não contavam com uma coisa: o vizinho que tinham. O vizinho, era , é o próprio aviador que tem via perpétua através do livro de Saint-Exupéry - e porquê não dizer que esse personagem é o próprio autor do livro? Ex-aviador no período de guerra, esse velho senhor vive numa casa cheia de tranqueiras, e desde que a menina chegou a sua nova casa, a coisa que esse velhinho mais quer é ter a amizade da criança. De fato, ele não se parece em nada com a mãe da menina, e logo a liberdade e sonhos que ele propõe encanta a jovem garota, que deixa de seguir os planos que sua mãe montou para ela. Um ponto interessante do filme está na falta de nomes. Há quem diga que isso torna os personagens mais vagos e você não consegue se apegar a eles; mas a verdade é apenas uma: a história dessa menina e dessa mãe é como muitas outras. Elas duas estão no filme para representar uma sociedade inteira, em que os pais cortam as asas das crianças em prol de coisas que eles (adultos sérios) querem, e apenas eles. O exagero que o filme propõe a algumas coisas está ali só para tornar mais visíveis coisas simples. No decorrer do filme, o aviador conta para a menina sobre seu encontro com o Pequeno Príncipe. Aqui o telespectador é apresentado - ou representado - para a velha história de Saint-Exupéry, e encontramos a rosa que o principezinho mais ama no universo, encontramos o homem vaidoso, o cara dos negócios... E a menina viaja junto com o velho aviador para todas essas histórias. E esse não é o único salto que o filme dá. Em algum momento, a própria menina vira protagonista das histórias que o aviador conta, e ela visita um planeta (tal qual aqueles que vemos no livro) diferente, o próprio "mundo dos adultos". Um planeta minúsculo tomado de prédios em que todos os personagens do livro estão presentes, mas encarnados em pessoas comuns. O homem vaidoso, nesse mundo, é o policial, o rei convencido é o carinha do elevador, e o cara dos negócios rouba as estrelas para gerar energia. O Pequeno Príncipe entra neste mundo sujo, é apresentado como o cara desastrado da limpeza. Essa transição de histórias é interessante, mas gera dúvidas para quem ainda não leu o livro. Talvez elas tenham sido pouco exploradas de certa forma. Minha irmã, que nunca leu o livro e assistiu ao filme comigo, ficou um pouco confusa para entender o papel do aviador na história... Acho que é algo natural, já que os personagens em nenhum momento foram apresentados ou explicados. O filme é divertido, mas não gera risadas. É profundo, mas ainda assim pode ser visto e entendido pelas crianças, tal como a própria obra original. Se eu recomendo O Pequeno Príncipe? Acho que o livro é uma leitura essencial, e o filme abraça a causa. Mas para os adultos sérios que ainda não leram o livro, talvez o filme soe vago demais. Aconselho a deixar as perguntas de lado e dar uma chance para o filme, para depois ler também o livro.


 
 
 

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